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retraços
domingo, 29 de junho de 2008
acolhido por memórias
sorvo do orvalho
mínimos sonhares
dissipados pelo tempo
amargo desse adeus
despido de ti
quarta-feira, 14 de maio de 2008
CAIXINHA DE MÚSICA
abri o baú e não havia brinquedos– poeira e os sons amarelecidos do esquecimento
.
abri o sorriso e não achei teus abraços de sol – solidão e o cheiro púrpura do nunca
.
abri o peito e não senti bater o meu coração – anestesia e a amarga brancura do perdoar
.
abri as mãos e perdi a nascente da chuva – destino e a cadência cinzenta duma vida poente
.
abri os olhos e não havia mais sonho – permanência e o triste azul soletrado desse adeus
.
sábado, 22 de março de 2008
um homem só
já não reconhece os traços
deixados pelo silêncio
quando chega o poente
e mergulha em si
pra não mais se encontrar
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
eram ecos
escombros
que de nós alimentados
erguiam lentamente
sólidos desamores
emprenhados de medo
esperança
palidez
ilusão
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
míseros homens
às margens tuas
povoam de medo
a fundura do sol
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
um único sussurro
e já não havia mais nada a ser dito
a casa crescera ao contrário
o céu ficara infinito demais
os medos raízes criaram
nos pulmões nos artelhos nas pálpebras
e aos sorrisos coube um acotovelar de justificativas
frágeis qual amor que um dia esqueceu de sonhar
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
refúgio a ser erguido
pontuarei meu desassossego entalhando estrelas
num céu diminuto
enquanto a cidade caduca
consumida por memórias febris
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
não que meus ossos saibam
sabe o poente
as estrelas não
dos pássaros que secam em pleno vôo
(folhas quando chegam ao chão)
o gosto de céu que ficou
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